quinta-feira, 1 de julho de 2010

Boletim nº 8 Junho















 

EDITORIAL


No passado dia 29 de Maio, em Lisboa, centenas de milhares de pessoas manifestaram-se contra o PEC do Governo PS (devidamente abençoado pelo PSD). Conscientes de que são sempre os mesmos a pagar e a sofrer na pele, foram muitos os portugueses que se manifestaram contra um plano que trará mais desemprego, menos dinheiro ao final do mês e mais cortes na Saúde e na Educação. E em nome do quê? Da manutenção dos lucros dos gestores e do sector privado.
A manifestação teve um enorme sucesso enquanto “cartão amarelo” às políticas do centrão e mostrou que a correlação de forças está claramente do lado daqueles que querem mudar de vida, que estão fartos de abrir os jornais e saber que uma e outra vez, apertarão cinto. A questão é: Quantos buracos têm este cinto? Até quando vamos ter que apertá-lo?
No sector da saúde, os enfermeiros continuam sem ver os seus direitos mais básicos assistidos. Os auxiliares de acção médica continuam a lutar contra a sua crescente precarização e contra o obsceno congelamento dos salários. Os médicos lutam contra um número crescente de horas extraordinárias.
No fim, paga o Sistema Nacional de Saúde e pagam os doentes. Assim, da mesma maneira que deve haver uma união nos trabalhadores do SNS pelos seus direitos, só uma união de todos os que se manifestaram a 29 de Maio e de todos os outros descontentes, pode ser um golpe firme aos ataques do PEC. Ou seja, só uma greve geral pode mostrar ao Governo que os seus planos de fazer pagar a crise, com o dinheiro de quem tem menos, tem uma oposição pela frente.
Uma greve geral que seja democraticamente decidida pelos seus participantes em plenários para todos – sindicalizados e não sindicalizados – e não imposta pelas Direcções Sindicais. Uma greve geral que seja mais do que uma mera manifestação simbólica, mas que dê esperanças de vitória. Que o “fim do congelamento dos salários” deixe de ser um cartaz, um desejo, mas uma séria possibilidade. Para tal, é preciso união, é preciso uma mobilização combativa, sem calendários impostos à partida.
Quando o Governo nos ataca unido (com direito a partidos da oposição e tudo), devemos responder unidos. 

Por uma Greve Geral!

Contra o congelamento de salários e pensões! Contra o aumento dos impostos!

Pela defesa do SNS, dos seus profissionais e utentes!

Pela existência de plenários de trabalhadores para lançar as palavras de ordem, reivindicações e objectivos da Greve!